A Black Friday irá comemorar seu décimo ano no Brasil em 2019. Esse também será um ano inédito, já que será a primeira vez em que o número de compradores em lojas físicas deve se igualar ao online.
Essa tendência será impulsionada pelos consumidores que compram em mais de um canal, que representarão 25% do total em 2019, ante apenas 7% no ano passado, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Google. Cerca de 37% dos consumidores declararam que irão comprar apenas em lojas físicas e 38% apenas pela internet. A edição deste ano da Black Friday deve ganhar um impulso extra com a liberação de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e da primeira parcela do 13º salário. Nesse cenário, o varejo estima faturamento superior a 3 bilhões de reais para o período, alta de 18% sobre o desempenho do ano passado, informa a Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings (Alshop). Pesquisa A intenção de compra aumentou 58% em comparação ao ano passado e os consumidores também estão cada vez mais preparados para realizar essas compras: 69% já sabem que categoria vão comprar e estão só esperando a Black Friday para isso. O estudo do Google ainda mostrou que o gasto médio dos consumidores será de 1.330 reais. A compra de um produto na Black Friday começa muito antes da data, diz uma pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Nove em cada dez consumidores planejam pesquisar preços antes de adquirir algum item, principalmente para confirmar se os produtos realmente estão na promoção. Considerando aqueles que pretendem buscar informações sobre as ofertas, 40% afirmaram que olhariam os preços no mesmo mês da Black Friday, enquanto 28% fariam pesquisa com um mês de antecedência e 11% até dois meses antes. Outros 13% só devem verificar preços no dia do evento, segundo a pesquisa. Como grande parte dessas pesquisas é feita pela internet, a presença online é indispensável, mesmo para varejistas que tradicionalmente atuam no meio físico. “Qualquer lojista que não tem um comércio eletrônico ou presença em marketplace vai perder vendas, porque não foi sequer considerado como opção durante a pesquisa”, diz o presidente da Federação das Câmaras dos Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo, Maurício Stainoff. Retire na Loja Se a internet pode impulsionar as vendas nas lojas físicas, o contrário também é verdadeiro. A modalidade de entrega Retire na Loja é o grande diferencial e 39% dos brasileiros consideram que a opção como muito importante na hora de decidir a loja na Black Friday. Além disso, 24% dos compradores do evento neste ano esperam usar essa forma de entrega para suas compras online, de acordo com a pesquisa do Google. Para o consumidor, essa modalidade elimina o custo de frete e o tempo de entrega, um dos grandes problemas no período de compras da Black Friday. Para os vendedores, é uma chance de vender outros produtos e serviços. Um dos grandes desafios da Black Friday brasileira é a logística para entregar todos os produtos comprados pela internet nas próximas semanas. Com o crescimento da modalidade de Retire na Loja, essa logística deve ser facilitada, acredita Stainoff. Além de se adaptar para entregar as compras feitas pela internet, as lojas físicas também devem adotar o horário expandido, para impulsionar as vendas, já que as vendas pela internet podem ser feitas em qualquer horário. Com mais opções, serviços e lojistas, o varejo físico será o grande destaque da Black Friday de 2019. Por Karin Salomão
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Quando o Grupo Pão de Açúcar (GPA) decidiu ampliar sua estratégia de negócios com a compra da rede Assaí, em uma operação financeira que teve início em 2007 e se consolidou em 2011, sabia que teria trabalho para crescer e se destacar no atacado de autosserviço.
Na época com 14 lojas espalhadas pelo Brasil e um time de 7 000 empregados, a rede atacadista de origem familiar, fundada em 1974 na cidade de São Paulo por Rodolfo Jungi Nagai, contava com um quadro administrativo enxuto e um problema digno de atenção: um alto turnover, que não só afetava a produtividade mas também colocava em xeque qualquer plano de expansão da operação. Sem uma estrutura de recursos humanos adequada e voltada para treinamento e desenvolvimento dos profissionais, ou mesmo um pacote de benefícios que pudesse ser considerado atrativo, a rede recém-adquirida pelo Grupo Casino não conseguia reter seus profissionais, que com somente três ou quatro meses deixavam o trabalho em busca de uma nova colocação. “As pessoas não ficavam. Em 2012, apenas 10% de nosso contingente tinha entre um e cinco anos de casa, o que indicava um baixo índice de retenção”, diz Sandra Vicari, diretora de gestão de gente do Assaí. O engajamento também não era favorável. “Não havia aquele sentimento de orgulho, de pertencimento na empresa. Os funcionários não agiam como donos do negócio e a seleção de pessoal era realizada pelos próprios gestores, sem um padrão previamente definido, o que configurava um sério problema na operação.” A SOLUÇÃO Para reverter o turnover e o baixo índice de engajamento, um plano de ação foi desenhado pelo RH. A meta consistia em adequar a seleção de candidatos, reduzir os índices de rotatividade gradativamente e formar pessoas que pudessem replicar o novo modelo de negócios estabelecido para o atacado, sem deixar de contemplar a expansão da rede no Brasil. Embora o turnover mais alto tivesse sido diagnosticado entre os operadores de caixa, os esforços iniciais foram dedicados à chefia. “Investimos na capacitação dos líderes para atingir, por meio deles, os demais contratados”, diz Sandra. Assim, em 2012 o Assaí lançou uma série de medidas de qualificação. Uma delas foi a universidade corporativa com mais de 300 cursos, divididos de acordo com o cargo e a atuação dos empregados. Para incentivar a graduação, o Assaí fez convênios com universidades de todo o Brasil. “Nosso crescimento precisa significar o crescimento das pessoas. Por isso criamos o Processo de Seleção Interna, o Prosin. Em vez de procurar profissionais de fora, preparamos os talentos e damos a eles a oportunidade de assumir novas posições”, diz a executiva. O pacote de benefícios também foi revisto e, agora, inclui assistência médica, odontológica, auxílio de custo para as mães com filhos de até 3 anos de idade, licença-maternidade estendida de seis meses e programas de reconhecimento (por tempo de casa, assiduidade no trabalho ou destaque no dia a dia de trabalho). O RESULTADO As práticas adotadas nos últimos seis anos pelo departamento de recursos humanos do atacadista Assaí, cuja bandeira responde por praticamente 50% das vendas do Grupo Pão de Açúcar, trouxeram ganhos altamente significativos. Com investimentos na formação e na qualificação do time, bem como melhorias no pacote de benefícios e mais reconhecimento aos funcionários que se destacam, a rede atacadista, que hoje conta com 145 lojas e 37 000 empregados, reduziu a rotatividade entre os novos contratados para índices de 8% a 10% ao ano. O grau de engajamento também melhorou bastante e passou para 80%, com 95% de participação do quadro de empregados na pesquisa de clima — para ter uma ideia, em 2014 a porcentagem de empregados que respondiam ao questionário interno era de somente 62%. “O colaborador engajado, envolvido, entrega resultados melhores para nosso cliente”, afirma Sandra. A executiva ainda reforça que, atualmente, mais de 50% dos contratados da rede têm de um a cinco anos de casa. “Ainda temos um turnover, mas dentro da média de mercado”, afirma a diretora de recursos humanos, que acredita ainda haver espaço para melhorar as práticas. “A evolução é gradativa. Continuamos investindo na formação de nossas lideranças”, diz. O desafio de aprimorar a gestão deve se manter, já que, em média, o Assaí contrata 5 000 pessoas por ano. Fonte: Você RH São Paulo — O banco Itaú seguiu o Bradesco anunciou, em teleconferência, o fechamento de 400 agências até o fim do ano. O processo já ocorre desde o primeiro semestre de 2019, quando 200 agências foram fechadas.
A decisão faz parte do processo de digitalização da instituição e, segundo o documento divulgado em teleconferência de ontem, da “busca por eficiência e a maior demanda por atendimento via canais digitais levaram à redução anual de 5,7% das agências físicas no Brasil”. O banco afirmou a revista Exame que “a redução do número de unidades físicas é um movimento de reposicionamento da rede, coerente com as novas necessidades dos clientes e o aumento da procura por atendimento em outros canais, como internet, celular e agências digitais”. A informação vem ao encontro do que foi antecipado pela agência de notícias Reuters em maio. À época, segundo fontes, o banco avisou os funcionários sobre os planos de fechamento das unidades e indicou que “deveria aproveitar parte deles nas agências digitais”, nas quais os clientes são atendidos de forma remota. A empresa não informa os endereços das agências que serão fechadas. Do outro lado da moeda, 3,5 mil funcionários aderiram ao programa de demissão voluntária (PDV), anunciado em setembro. Nesta segunda-feira, o Itaú divulgou seus resultados e o lucro subiu 11% para R$ 7,15 bilhões no terceiro trimestre. Fonte: Exame |